Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS)

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O Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS) é uma forma de comunicação alternativa e aumentativa que visa ajudar crianças com dificuldades de fala e linguagem, especialmente aquelas diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA), a se comunicarem de maneira funcional. De acordo com o artigo de Frota e Sousa (2016), o PECS tem mostrado ser uma ferramenta eficaz no desenvolvimento da comunicação funcional em crianças autistas, permitindo que elas expressem desejos, necessidades e façam pedidos de maneira mais autônoma.

Como Funciona o PECS?

O PECS é implementado por meio da troca de figuras que representam objetos, ações ou emoções. A criança é ensinada a trocar uma imagem por algo que deseja, como um brinquedo ou comida. A metodologia do PECS segue uma sequência de seis fases, que gradualmente levam a uma comunicação mais complexa, culminando na construção de frases completas e até mesmo no início de conversações.

Segundo o estudo, um dos principais benefícios do PECS é que ele pode ser implementado em diferentes contextos e não exige tecnologia sofisticada, facilitando sua aplicação tanto em ambientes escolares quanto em casa.

Eficácia do PECS no Desenvolvimento de Habilidades Comunicativas

O artigo de Frota e Sousa (2016) destaca que o PECS não apenas melhora a capacidade de comunicação das crianças, mas também contribui para uma redução de comportamentos disruptivos. Muitas crianças autistas apresentam comportamentos desafiadores devido à frustração por não conseguirem se comunicar. Ao proporcionar uma forma clara de comunicação, o PECS pode minimizar essas frustrações e facilitar o engajamento da criança com o ambiente e com outras pessoas.

Além disso, o estudo aponta que o PECS ajuda a promover o desenvolvimento de habilidades sociais. Crianças que antes se isolavam ou tinham dificuldades em se relacionar com seus pares passaram a interagir mais ativamente quando aprenderam a se comunicar através das figuras.

Implementação do PECS no Contexto Escolar

O PECS tem grande potencial no ambiente escolar inclusivo, especialmente no caso de alunos com autismo. O artigo ressalta que, quando professores e terapeutas são capacitados no uso do PECS, eles conseguem integrar essa ferramenta de forma eficaz na rotina educacional, criando oportunidades para que os alunos autistas participem ativamente das atividades escolares.

Outro ponto abordado no estudo é a necessidade de uma colaboração constante entre professores, terapeutas e familiares para garantir que o PECS seja utilizado de maneira consistente em diferentes ambientes. Essa cooperação é essencial para o sucesso do sistema, permitindo que a criança tenha uma experiência de comunicação contínua e coesa.

Desafios na Aplicação do PECS

Embora o PECS seja uma ferramenta eficaz, o artigo também menciona alguns desafios na sua implementação. Um dos principais obstáculos é a necessidade de tempo e paciência para ensinar o sistema às crianças. Muitas vezes, o progresso pode ser lento, especialmente nas fases iniciais, o que pode gerar frustração para os educadores e os próprios alunos. No entanto, com o treinamento adequado e persistência, os benefícios a longo prazo são claros.

Conclusão

De acordo com Frota e Sousa (2016), o PECS é uma estratégia eficaz para promover a inclusão escolar de crianças com autismo, proporcionando-lhes uma forma funcional de comunicação. A aplicação do PECS tem mostrado resultados positivos tanto no desenvolvimento das habilidades comunicativas quanto na diminuição de comportamentos desafiadores, promovendo uma maior integração dessas crianças no ambiente escolar e social.

Este sistema continua sendo uma ferramenta valiosa no campo da educação inclusiva, especialmente quando aplicado de forma interdisciplinar e em colaboração com as famílias, reforçando o papel da comunicação alternativa no desenvolvimento integral da criança.

Referência:
FROTA, S. M., & SOUSA, D. C. A Utilização do Sistema de Comunicação por Troca de Figuras
(PECS) no Desenvolvimento da Comunicação em Crianças com Autismo. Revista Brasileira de
Educação Especial, 2016

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